terça-feira, 11 de setembro de 2012

JEITINHO BRASILEIRO




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     No Brasil impera a política do pão e circo. O futebol é usado frequentemente como meio de alienação para o inerte povo brasileiro, que se ocupa quase que integralmente aos acontecimentos futebolescos. Nesse contexto, é impossível (e inconcebível) desvincular o futebol do comportamento social e vice-e-versa.
    Quando assisto a jogos do futebol brasileiro percebo que o esporte evidencia comportamentos nojentos que aceitamos sem nenhum tipo de juizo de valor. De certa maneira, aquilo que acontece dentro de campo nada mais é do que o reflexo de como nossa sociedade age.
      As pessoas abrandam a situação afirmando que é só um jogo. Será? Lembro-me de quando dava aulas de Futsal e meus pequenos alunos com os ânimos acirrados, por conta do jogo entre ABC e América ocorrido no final de semana, degladiavam-se na minúscula quadra resolvendo suas diferenças. As crianças agem, geralmente, de acordo com os exemplos dos mais velhos. O perigo reside justamente aí!
      Algumas condutas ocorridas dentro de um jogo de futebol são imorais e desonestas. Os brasileiros, ao contrário de outros povos, aplaudem. A conduta do jogador brasileiro está sempre voltada a ludibriar o árbitro, prefere-se cair e jogar toda a responsabilidade para o homem do apito que ouve poucas e boas, como se todos os erros dentro de um campo de futebol fossem de sua autoria.
      Até o Fair-play está às avessas. Como é que eu cobro uma boa ação aos berros e dedo na cara? Ou você me devolve gentilmente a bola ou quebro sua cara! É assim? Aliás, o jogo limpo (fair-play) cobrado pelos atores da bola em algumas ocasiões não passa de um ato hipócrita de quem dissemina o jogo sujo.
     Geralmente só se percebe o grau de filhadaputice da situação quando se é a vítima, quando o cara se joga na minha área aí o bagulho fica doido, como se diz por aí. Quando eu mergulho na grande área adversária, como se estivesse pulando sorrateiramente as ondas de Muriú, aí eu fui esperto, o juiz foi na minha, vai ter até repórter na beira do campo enaltecendo minha categoria na arte de cavar penâltis.
     É uma palhaçada!
    O pior é perceber que o que acontece nos jogos de futebol é exatamente igual ao que acontece na fila do banco, no trânsito, no trabalho, na política, em todo lugar da sociedade, um querendo tirar vantagem do outro, seja um real ou um milhão. O filme Oldboy, tem uma passagem interessante na qual é dito que "seja um grão de areia ou uma pedra, na água afundam da mesma maneira". Não é porquê é "só" um jogo de futebol que a conduta é menos reprovável, são pilantras da mesma qualidade.
     Mas fazer o que? É a malandragem do jogador brasileiro. Brasil o país da malandragem. Ensina teu filho a ser malandro, talvez ele vire político ou quem sabe só mais um praticante do jeitinho brasileiro.


sexta-feira, 13 de julho de 2012

O FUTEBOL É GENEROSO


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            Esta semana a fila andou para a Sociedade Esportiva Palmeiras, depois de 12 anos o time verde da capital paulista pôde levantar um troféu expressivo novamente.
            O Palmeiras foi campeão invicto da Copa do Brasil com oito vitórias e três empates. Em toda sua trajetória – repleta de desconfiança – enfrentou apenas duas equipes da série A, o Grêmio e o Coritiba.
            A capacidade dos jogadores e de Felipão foi questionada por diversas vezes, inclusive pela diretoria. O Palmeiras em nenhum momento da competição foi considerado o favorito, exceto, talvez, no segundo jogo da decisão.
            Com o título muita coisa mudou. O presidente Arnaldo Tirone até disse que o Palmeiras precisava de apenas um ou dois jogadores para se candidatar efetivamente ao título do Brasileirão. Deixa ele!
            Até Felipão que vivia trocando alfinetadas com a cúpula palmeirense e com planos de não renovar no fim do seu contrato, já mudou um pouco o tom de seu discurso. Aquele Felipão mal-humorado que aparecia no noticiário esportivo e que era bastante criticado pela imprensa, agora, recuperou o seu lugar como o comandante do Penta.
            E o que falar de Valdívia “O Sequestrado”? Esse aí é o ídolo menos produtivo que o futebol já viu. O Chileno ainda vive da sua primeira passagem pelo Palmeiras entre 2006 e 2008 que – segundo os palmeirenses – foi grandiosa, mas que só rendeu ao clube um mísero título paulista. Jorge Valdívia passa mais tempo se desestabilizando e tentando desestabilizar os adversários do que propriamente produzindo algo para sua equipe. Suas entrevistas dão mais manchete que suas atuações.
            Já Marcos Assunção é diferente. Com a bola rolando ele não se destaca tanto, no entanto, quando a jogada é de bola parada a coisa fica séria. O meiocampista participou de quase metade dos gols da campanha palmeirense no torneio. Assunção desequílibra. Esse sim deve ser festejado.
           O Palmeiras lutou muito e mereceu o título, se fechou e aproveitou as chances que criou. Teve méritos. Mas dizer que o time é um grande esquadrão já é demais.
            O futebol é generoso. Uma vitória muda tudo.
            Ah! Marcos falou que o Palmeiras não é o Boca. Ele tem razão! Pra ganhar do Boca o Corinthians precisou escalar os titulares.
           

quinta-feira, 5 de julho de 2012

CORINTHIANS LIBERTADOR


      O Corinthians é conhecido pelo sofrimento nas suas conquistas. Os torcedores se intitulam maloqueiros e sofredores. Sofrer já está arraigado à personalidade do corinthiano.
           Porém, nessa Libertadores não houve sofrimento! O Timão conquistou a América com inteligência e consistência tática, na maioria dos jogos não foi pressionado, esteve sempre com o jogo controlado.
            É lógico que os jogos foram nervosos, até mesmo pelo que estava em disputa. Ganhar a Copa Libertadores virou uma obsessão desde a década de 90, quando o alvinegro passou a disputá-la com mais intensidade. Vale lembrar que a primeira participação do Timão no torneio sulamericano foi em 77, mas claramente a prioridade era o Campeonato Estadual (que na época tinha grande importância). Basílio, autor do gol que tirou o time da fila de 23 anos sem título, chegou até a dizer que estava louco para que a Libertadores terminasse logo para que as atenções pudessem se voltar para o Paulistão.
            A verdade é que o Corinthians soube controlar os nervos e os adversários como nunca havia feito. A primeira fase passou com tranquilidade. O jogo mais tenso da fase de grupos foi a estréia contra o Deportivo Táchira, o time paulista só empatou no último minuto de jogo. Muitos acham – inclusive eu – que aquele empate conseguido na bacia das almas foi um dos mais importantes da trajetória corinthiana. Uma derrota no primeiro jogo, contra um adversário fraco e vindo da eliminação na pré-Libertadores na temporada anterior iria gerar desconfiança que certamente atrapalharia na tranquilidade do elenco.
          Na fase de mata-mata o Corinthians confirmou sua força em grandes jogos. Passou pelo Emelec e Vasco sem sofrer gols, só vindo a ser vazado contra o Santos e Boca Juniors. O confronto mais perigoso foi contra o Vasco, a defesa de Cássio no chute de Diego Souza foi mais importante que um gol. Fora esse lance, o Corinthians não sofreu apertos e a aflição deu-se mais pela demora para fazer o gol do que pelos ataques vascaínos.
          O Corinthians só esteve em situação adversa durante 12 minutos contra o Boca na Bombonera. Só!
            A campanha corinthiana para conquistar a América foi épica. O campeão da Copa do Brasil, da Copa Libertadores anterior e o temido Boca Juniors foram sobrepujados pelos mosqueteiros da Fiel. Juninho não jogou, Neymar e Ganso também não, Riquelme nem se fala, o Corinthians não deixou. Depois de 30 anos um time conquista a Libertadores de forma invicta, tendo jogado o dobro de partidas dos invictos de outrora.
       O 4 de julho, agora, será lembrado pela conquista da América pelo Corinthians Libertador.  

quarta-feira, 23 de maio de 2012

TUDO ISSO É FUTEBOL!


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            O futebol é impressionante. O título do Chelsea provou isso. A campanha do time de Londres foi repleta de feitos memoráveis. A virada inesperada contra o Napoli, ainda nas oitavas de final, foi fundamental para a permanência na competição e, principalmente, para dar confiança à equipe. Mostrou força nas vitórias contra o poderoso Barcelona e comprovou seu poder vencendo, nos pênaltis, o Bayern na Allianz Arena. Mesmo com todo esse enredo épico ainda se fala em derrota do futebol.
            A maioria das pessoas tende a achar que futebol é só e somente só aquele jogado ofensivamente, excluindo os outros modos de jogar. Cada um é livre para ter suas próprias preferências, o que não pode é reduzir o futebol a um único estilo de jogo. Dizer que só existe um jeito de jogar futebol é o mesmo que dizer que só existe um ritmo musical, um tipo de dança, um estilo de filme e por aí vai.
Nos primórdios, quando a marcação era mais frouxa, o entendimento do futebol era de que quem fizesse mais gols venceria. A preocupação com o ataque era maior, o jogador desempenhava menos funções e os sistemas táticos priorizavam as posições ofensivas, a tática 2-3-5 era comum. Assim, o futebol era cheio de jogadas individuais e os jogos repletos de gols.
Com o passar do tempo os treinadores perceberam que precisavam sofrer menos gols. O raciocínio é até óbvio, imagine você treinando uma equipe que vai jogar contra o Santos de Pelé. Se o objetivo for só marcar gols, na maioria das vezes, o time de Pelé venceria com facilidade. Porém, se seu time marca o ataque santista com eficiência suficiente para que não sofra gol, já tem o empate garantido; se aliar a forte marcação à saída para o contra-ataque ou até mesmo em jogadas de bola parada pode surpreender o esquadrão histórico e vencê-lo.
            O futebol passou por mudanças que nem sempre são bem recebidas pelo grande público. Várias são as formas de atacar e defender, por exemplo, quando o Barcelona mantém a posse de bola está se defendendo ou atacando? Os dois. Se o time fica com a bola ele pode atacar; se não permite que o adversário a tenha, não é atacado. Simples, né? Difícil é fazer.
            Cada um se defende (ou ataca) com as armas que tem. Alguns se defendem para atacar, outros atacam para se defender. A melhor defesa nem sempre é o ataque, a Itália é famosa por atrair o adversário para então contra-atacar. A Grécia foi campeã européia priorizando a defesa, o Paraguai de 98 era defesa pura e só foi derrotado no gol de ouro pela campeã França. Eu vibrava com as retrancas do Stoke City na temporada passada, como também vibrei com os ataques rápidos do Borussia Dortmund na Bundesliga.
            Enfim, não importa se é com retranca, contra-ataque, posse de bola, lançamento longo, pressão, ataque total ou qualquer outro modo de jogar futebol que exista ou venha a ser inventado, o importante é que seja bem feito. Tudo isso é futebol!

sábado, 19 de maio de 2012

JOGO DE LIBERTADORES


               A Copa Libertadores da América é o maior torneio do continente. É inegável. Porém, é também inegável que deveria ser bem melhor organizada. Ganhá-la é difícil muito mais pelos percalços e peculiaridades da competição que pela qualidade técnica das equipes.
            Quando assisto aos jogos da Copa Libertadores logo me vem à mente aqueles torneios clandestinos de luta que passam nos filmes americanos, onde as brigas são realizadas em galpões abandonados e as regras... Que regras?
            O mais impressionante é que isso não surpreende. Já se tornou hábito. É o tal “jogo de Libertadores”.
            Na Libertadores pode tudo. Pode atirar pilha, rádio, laranja, garrafa, pedra, enfim, qualquer objeto que atente contra a integridade física daqueles que estão no gramado, e, mesmo assim, nenhuma punição será aplicada. É inconcebível que para cobrar um escanteio o jogador precise de escolta policial.
            Se os jogadores quiserem podem jogar futebol; se não, podem fazer qualquer outra coisa que cause hematomas ou traumas ósseos. O regulamento permite isso uma vez que não há suspensão pelo acúmulo de cartões amarelos. Com isso os árbitros aplicam cartões a torto e a direito, que implicarão apenas alguns tostões aos cofres do clube.
            Nem o direito de reconhecer o gramado é dado aos clubes, o time da casa pode impedir o acesso ao gramado pelo time visitante antes do jogo. É arcaico ou não? Alguns campos são verdadeiros pastos, permitir que o visitante tenha contato – ainda que por pouco tempo – com o “curral” onde irão jogar é o mais justo.
            A Libertadores precisa de um tratamento mais profissional e moderno. Algo quase inatingível para uma competição gerida pela CONMEBOL, que há 26 anos é presidida por Nicoláz Leoz. Nesse ano, Leoz oficializou – o que todos já sabiam – seu cargo como vitalício, ou seja, o dono da CONMEBOL só sai quando quiser ou morrer. Infelizmente, é torcer pela segunda opção.
            Jogo de Libertadores é aquele brigado, “jogado com o coração na ponta da chuteira”, como dizem os românticos. Seria bom se pudéssemos somar a esse conceito os gramados de qualidade, os grandes craques e esquadrões, um regulamento moderno, a boa educação dos torcedores, o bom futebol, enfim, o desenvolvimento do futebol no continente. Por enquanto, no jogo de Libertadores a qualidade e o profissionalismo são recebidos a garrafadas. 

sábado, 12 de maio de 2012

MARIO BALOTELLI


sexta-feira, 11 de maio de 2012

FRACOS?


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        Há uma corrente que defende a posição de que os times espanhóis são fracos. Real Madrid e Barcelona são as exceções desse pensamento. Alguns chegam a comparar o Campeonato Espanhol aos poderosos Estaduais brasileiros. Absurdo!
            Geralmente quem pensa dessa maneira, não acompanha o futebol europeu. Criam teses baseadas na classificação final da Liga espanhola. Vêem os dois gigantes espanhóis soberanos e já concluem que os outros são fracos.
 Ora, Real Madrid e Barcelona são os maiores times do mundo, a quantia arrecadada por eles é maior que a soma de todos os outros times da Liga. O domínio exercido pela dupla deve-se ao fato de serem verdadeiros esquadrões e não pela falta de qualidade dos demais. Na Espanha, existem vários bons times que brigariam por título em ligas de outros países (na brasileira, por exemplo), mas que sofrem com o poder de Real e Barça no Campeonato Espanhol.
 Nas equipes hispânicas atuam jogadores que tem vaga em qualquer lugar do planeta. Os clubes brasileiros “volta e meia” sonham em repatriar atletas que jogam por lá, vários já atuaram pela seleção da CBF. Qual o time que não gostaria de ter em seu elenco jogadores como Diego, Falcão Garcia, Júlio Baptista, Nilmar, Kanouté, Reyes, Van Nistelrooy, Toulalan, Kameni, Santi Cazorla, Diego Alves, Banega, Soldado, Zapata, Marcos Senna, Giuseppe Rossi, Llorente e Philippe Coutinho? Todos esses jogadores atuam na Espanha.
Existe um abismo enorme entre os gigantes Barça/Real e os outros times espanhóis, porém, não existe abismo algum entre estes e os times do resto do mundo. Na temporada atual, os espanhóis foram bem nas competições européias. A final disputada por Atlético de Madrid e Athletic Bilbao pela Liga Europa é prova disso. Acho que Lazio e Manchester United não acharam os finalistas espanhóis fracos, foi “Lá e Lou” como se diz por aí.
          Os clubes da Espanha passam por dificuldades financeiras. Falta apoio. Os investimentos concentram-se em Real Madrid e Barcelona, aos outros resta o pires na mão. O mundo está de olhos voltados e arregalados para os gigantes, talvez por isso, não enxerguem o que está embaixo da sua vista.   

terça-feira, 8 de maio de 2012

RASHIDI YEKINI: O DEUS NEGRO


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Ele não correu. Não mandou beijo para a torcida. Não se exibiu para as câmeras. Ele simplesmente chorou. Com os braços entrelaçados na rede que acabara de balançar, ele agradeceu. Aos seus Deuses ou ao destino. Foi o responsável pelo primeiro gol da Nigéria em uma Copa do Mundo. A imagem marcou aquele Mundial. Rashidi Yekini foi um dos responsáveis pelo aumento de simpatizantes do futebol nigeriano. O mundo se rendeu ao espírito dos Super Águias Verdes.
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Yekini fez parte da melhor seleção nigeriana da história. Foi campeão da Copa Africana de Nações, sendo o artilheiro e melhor jogador do torneio. Aquele time tinha a alma africana, o jogo era ataque puro. O futebol ofensivo à base de dribles e passes rápidos aliados à raça dos puros guerreiros africanos encantou o planeta bola no ano de 1994.
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Teve no Vitória de Setúbal sua melhor fase (90 gols em 108 jogos), foi considerado o Deus do gol pelos adeptos portugueses. Fazia gol de todo jeito, tinha a explosão de uma bomba nuclear da alegria, pará-lo era como parar um cavalo selvagem em alta velocidade. As lembranças dos gols de Rashidi Yekini estão nítidas em quem o viu jogar, nos campos surrados ou nos verdes gramados europeus o endereço da bola era o mesmo, o gol.
            Rashidi Yekini faleceu na sexta passada (04/05/2012) aos 48 anos. Yekini viveu apenas oito anos após o fim de sua carreira, ele jogou até os 40. Sofria de problemas neurológicos, passou seus últimos anos de vida isolado, morreu só. Talvez o Deus Negro tenha se habituado tanto a jogar futebol, que não conseguiu viver sem ele.
            Dizem que o que se faz em vida ecoa pela eternidade. Yekini virou lenda. Seus feitos serão lembrados pelos que (como eu) aprenderam a amar o futebol adorando os Super Águias
Yekini foi aquele que gritou em silêncio, que chorou só, que emocionou o mundo.          



terça-feira, 24 de abril de 2012

BAIXA A BOLA


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            O gol de Cristiano Ronaldo no último sábado contra o Barcelona deu ao clube merengue o título virtual da Liga espanhola, além de acirrar e dar novos ingredientes a disputa com o argentino Lionel Messi pela Bola de Ouro.
            Ronaldo não é visto com bons olhos por alguns pela sua marra e arrogância, no entanto, dentro de campo ele destrói. Desde que chegou ao Real, o português vem alcançando números espetaculares que lhe renderiam fácilmente o prêmio de melhor jogador do mundo não fosse o Rei Lionel Messi.
        Na comemoração do gol, Cristiano Ronaldo fez um sinal para quem quisesse ver. O gesto pode ser interpretado de várias formas e endereçado para várias pessoas. Com as mãos. O português faz o típico sinal de “baixa a bola”, “fica quieto”. Mas para quem seria aquela provocação?
           Talvez tenha sido para os torcedores que ainda comemoravam o gol de Alexis Sanchez ou para o próprio Barcelona descer do pedestal que as suas excepcionais atuações lhe colocaram.
            Também pode ter sido para os pró-Messi, que tendem a diminuir os feitos de Cristiano Ronaldo para enaltecer as proezas do argentino. Como se a qualidade de um tivesse que ser fortalecida pela falha do outro.
            Ainda poderia ter sido endereçada pessoalmente para o craque do Barça, num claro recado de “baixa a bola que esse ano é meu”.
            O Barcelona continua sendo o melhor time do mundo por ter um estilo de jogo atrativo e próprio. Lionel Messi é o Rei do futebol atual, porém, Cristiano Ronaldo vem jogando muito e dando mostras de que ele pode (se Messi deixar!) levantar a Bola de Ouro mais uma vez.

sábado, 14 de abril de 2012

ALÔ, TORCIDA DO FLAMENGO


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A eliminação do Flamengo na Copa Libertadores da América premiou a gestão amadora que é exercida no rubro-negro carioca. Manda no Flamengo uma Presidente que se limita a usar clichês e frases apaixonadas; e uma cambada de vices que puxam a corda, cada um para seu lado.
          O time não é ruim. Porém, os salários atrasados, a demissão problemática de Luxemburgo e as constantes brigas dos cartolas pelo poder refletiram-se no campo. Somam-se a isso as regalias e excessos de Ronaldinho, que recebe um milhão de reais para faltar treinos e dançar para as câmeras nas comemorações.
            A torcida também tem uma parcela de culpa na bagunça que é o Fla. A torcida do Flamengo resume-se a cobrar desempenho dos atletas e técnico, pouco se importando com a conduta de seus dirigentes.
        Talvez os rubro-negros sejam os torcedores mais alienados do país. Todos os problemas políticos que o clube enfrenta são esquecidos diante da conquista da Taça Guanabara,Taça Rio, Carioquinha (que são a mesma coisa) e a supremacia nos clássicos estaduais. Muito pouco para um time que foi campeão Mundial jogando bonito.  
Os flamenguistas acham que ter a maior torcida e aparecer toda rodada na Globo, já basta. Os dirigentes – espertos que são – se aproveitam disso para praticar os maiores absurdos nos bastidores e depois jogarem promessas na mídia como: “o Imperador é do Mengão!” O pior disso tudo é que os torcedores embarcam na onda dos cartolas e acham que o único problema do clube são os gols que Deivid perde.
Enfim, o Flamengo agora pode se concentrar no que é mais importante no 1° semestre no rio: disputar três títulos que somados não valem nem um, aperecer dançando funk e fazendo trancinhas no Globo Esporte e ver a torcida aplaudindo isso como se tudo estivesse bem.

domingo, 1 de abril de 2012

O FUTEBOL DOS BAD BOYS


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O ano era 1999, o Liverpool jogava contra o Everton pela Premier League. Acusado de usar cocaína, Robbie Fowler ajeita a bola na marca para cobrar o penâlti. O inglês parte para a cobrança. Bola de um lado, goleiro do outro. A torcida vibra, mas o melhor ainda iria acontecer. Fowler corre em direção à linha de fundo e a cheira como se fosse uma carreira de pó, foi marcante. Naquele momento, Robbie Fowler extrapolava o que sentia, protestava contra as insinuações e ironizava o fato.
Essas histórias estão cada vez mais escassas no futebol. Aquele jogador que tirava sarro com os adversários, questionava diretores e repórteres, não levava desaforo para casa, comemorava de maneira provocativa é peça de museu. Este tipo de jogador – por muitos, chamado de bad boy – tinha como características principais a personalidade forte, a excelente capacidade técnica e a facilidade em se tornar ídolo, o que o elevava ao status de lenda.
  Pensar em jogadores como Cantona, Gascoigne, Renato Gaúcho, George Best, Maradona, Djalminha, Romário, Edmundo, Serginho Chulapa, Vampeta e Viola, me faz constatar que um dos únicos representantes dos bad boys na atualidade parece ser o polêmico Balotelli.
Os jogadores que citei eram os “donos da voz”, tudo que falavam fazia parte de suas próprias opiniões, eles eram atores e autores de suas atitudes. Os jogadores da atualidade tem a “voz do dono”, parecem ser meros atores que decoram um texto politicamente correto para manterem-se, covenientemente, em cima do muro.
A atuação dos assessores de imprensa e a elevada preocupação com a imagem fez com que a autenticidade dos atletas fosse reprimida. Cada vez mais padronizados, os boleiros tem o mesmo estilo de cabelo, as mesmas coreografias nas comemorações, a mesma falta de compromisso, a mesma preguiça de pensar e dizer ou fazer algo realmente útil.
Os bad boys de ontem transgrediam as regras, mas representavam o torcedor dentro de campo e incorporavam o espírito de suas equipes, por isso, tornaram-se ídolos e são lembrados até hoje.
Os jogadores atuais – que por vezes, são chamados de bad boys – não tem o ponto marcante dos bad boys de outrora, que é a autenticidade. São desregrados fora de campo, porém, quando abrem a boca não dizem nada e, em sua maioria, estão preocupados apenas com o salário e o status que a vida de jogador proporciona.
Infelizmente, essas figuras do futebol perderam espaço.
Felizmente, existe youtube para relembrá-los. 

sexta-feira, 30 de março de 2012

NO TREINO DO BOTAFOGO...



quinta-feira, 29 de março de 2012

E NA LIBERTADORES...

segunda-feira, 26 de março de 2012

PELÉ REINOU, OUTROS REINARAM, MESSI REINA


Foto: Manu Fernandez (retirado do site esporte.uol.com.br)
O reinado de Pelé no futebol, para alguns, é eterno. A simples possibilidade de que algum atleta tire o ex-jogador do trono real causa temor para muitos. Tão logo um jogador desponte como craque, imediatamente os saudosistas afirmam: “nunca será igual a Pelé”.
Ora, Messi bate um recorde a cada semana, é - disparado - o melhor jogador do mundo, reina absoluto no futebol mundial. Veja bem, Messi reina. O argentino tem súditos espalhados por todo o Planeta Bola, com seus gols e grandes jogadas conquistou os territórios mais longínquos, é famoso única e exclusivamente por disseminar a arte do jogo bonito. Apesar de tudo isso, os adeptos da verdade absoluta e imutável desconfiam das capacidades do craque.
Falar que Messi é rei, não é dizer que Pelé não foi. O tempo do brasileiro passou, seus feitos estão registrados e, justamente por isso, é enaltecido até hoje. O reinado de um jogador tem que acabar junto com sua carreira. Pelé deixou de ser rei quando parou de jogar em 77. Do mesmo jeito que antes de Pelé existiu um rei chamado Ferenc Puskas, depois dele existiram outros reis como Michel Platini, Diego Maradona, Ronaldo, Lionel Messi, além de outros que encantaram o futebol ao longo da história.
Cada um é livre para eleger qual o maior jogador da história. Cada geração tem um jogador que ditou o futebol da época. Não se pode tratar o assunto como um tabu e censurar qualquer tipo de comparação que venha a ser feita. Eu não vi Pelé jogar, vi o fim de carreira de Maradona, vi toda a carreira de Ronaldo e agora tenho a oportunidade de ver a história sendo escrita por Messi. Não sou obrigado a venerar exclusivamente um rei que eu nem vi atuando e que fala tanta asneira em suas aparições públicas.
O futebol é dinâmico, as coisas mudam e o tempo passa. Grandes craques jogaram, grandes craques jogam e grandes craques jogarão. É assim que a bola gira.

quinta-feira, 22 de março de 2012

A CAVADINHA DE LÉO ROCHA

Fotos: Alexandre Loureiro (retiradas do site lancenet.com.br) 
A Copa do Brasil tem a peculiaridade de colocar frente à frente equipes que difícilmente se encontrariam em outras competições. Grandes equipes do futebol brasileiro se deparam com pequenos clubes de lugares fora do eixo dominante do nosso futebol. 
Com esses componentes, as equipes marginalizadas do Brasil passam a ter espaço, ainda que momentâneo, na mídia nacional. A exposição gera receita aos clubes, os patrocinadores de ocasião aparecem e o estádio – em alguns casos – atinge lotação máxima.
Para os atletas, os jogos contra grandes clubes é a chance de aparecer para o Brasil, o destaque nesses jogos pode ser o trampolim para um time de maior expressão e um contrato mais vantajoso.
O sonho de um futuro melhor faz com que os jogadores desconhecidos do grande público, tentem aparecer ao máximo nos seus 15 segundos de fama. Aconselhados por seus empresários ou por vontade própria, os atletas muitas vezes abusam do individualismo e preciosismo nas jogadas e se esquecem do aspecto coletivo do jogo, ou seja, o sucesso da equipe na competição é colocado em segundo plano.
Ontem, no jogo entre Botafogo e Treze-PB na disputa de penâlti, o jogador Léo Rocha na última cobrança do time paraibano – que empataria a disputa e levaria às cobranças alternadas – tentou aparecer mais que o resto do time e, ao pior estilo Loco Abreu, aplicou uma cavadinha ridícula, humilhantemente defendida pelo selecionável goleiro Jéferson.
A cobrança de penâlti com cavadinha remete à despreocupação, irresponsabilidade, desapego, provocação e irreverência, por isso, o sucesso e o fracasso andam abraçados neste tipo de cobrança. Cobrar o penâlti daquela maneira naquela situação me pareceu fora de hora, a cavadinha é uma forma muito arriscada e, naquele momento, o time paraibano não podia correr tanto risco.
            - Mas Loco Abreu até em Copa do Mundo já cobrou com cavadinha!
- É, mas Loco Abreu é Loco Abreu.
            O “Loco” do Abreu é ídolo do Botafogo, tem capacidade inquestionável nesse tipo de cobrança e mesmo assim já foi criticado por perder penâlti batendo com cavadinha (contra o Fluminense no Carioca 2011).     
            Léo Rocha conseguiu o tão sonhado destaque nacional (ainda que de forma negativa), só não sei se conseguirá um contrato com um grande time. Ah! Por falar em contrato, o seu com o Treze, vai ser rescindido.         

domingo, 18 de março de 2012

AS BOLAS DAS COPAS DO MUNDO


A DISTRIBUIÇÃO DE JOGADORES NO FUTEBOL BRASILEIRO: SÉRIE A


Os clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro, em sua maioria, concentram-se na região Sudeste e Sul. Apenas três equipes do Nordeste e uma do Centro-Oeste são os intrusos na festa do Futebol brasileiro.
Os grandes times brasileiros estão concentrados em duas regiões, praticamente toda a força está no eixo Sul/Sudeste; mas os jogadores de onde são? Será que a distribuição dos atletas é igual a dos clubes? Será que os atletas das regiões menos desenvolvidas no futebol conseguem (tem chances) jogar nos clubes de Série A?
Pensando nisso, fiz uma rápida pesquisa sobre o estado de nascimento dos atletas integrantes das equipes de Série A. As informações foram coletadas no site das equipes.
A distribuição de atletas por região apresentou-se desta maneira:
Mais da metade dos jogadores da Série A nasceram na região Sudeste, enquanto, só 2% na região Norte 

             Todas as equipes da Série A tem pelo menos sete atletas do Sudeste brasilero, sendo o Sport de Recife o time com menos jogadores nascidos nesta região. O Botafogo é o único que não tem em seu elenco nenhum jogador do Sul, as demais equipes tem pelo menos um. O Flamengo só possue jogadores nascidos no eixo Sul/Sudeste, inclusive o rubro-negro é o único a não ter jogadores nordestinos em seu elenco. O Centro-Oeste só não tem atletas no Corinthians, Palmeiras, São Paulo e Flamengo, já a região Norte – a região com menor participação na Série A – só é representada em nove equipes do Brasileirão Série A.
            O Corinthians, com 24 jogadores nascidos no Sudeste, é o time com mais atletas naturais da região. O time que mais representa o Sul do Brasil é o Internacional, com 13 jogadores nascidos na extremidade sul do país. O Sport, com 16 jogadores, e o Atlético Goianiense, com 9 jogadores, dão oportunidade aos pratas da casa e representam bem as regiões Nordeste e Centro-Oeste, respectivamente. O time que tem mais jogadores da região Norte é a Ponte Preta com apenas 3 atletas.
            Vários podem ser os fatores para a grande concentração do futebol no eixo Sul/Sudeste, o poder econômico parece ser fundamental, o melhor tratamento nas categorias de base (que, ainda, não é ideal) e o número maior de oportunidades para aspirantes a jogadores pode influênciar consideravelmente. A falta de clubes que dêem suporte para o desenvolvimento satisfatório de futuros atletas nas regiões de menor força no futebol pode ser o principal fator para a pouca participação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Por fim, a desconcentração da participação no futebol brasileiro só será possível se a gestão dos pequenos clubes abrirem os olhos para a maneira mais barata de formar um time, que é a categoria de base. O tratamento profissional dado a formação de talentos parece ser a luz no fim do túnel para os clubes de menor investimento conseguirem evoluir no cenário futebolístico.
E você, o que acha?

terça-feira, 13 de março de 2012

BEBETO


Foto: Getty Images
    Foi lamentável a participação do Deputado Estadual e integrande do Cômite Organizador Local (COL) Bebeto, no programa Arena SPORTV de ontem. O ex-jogador respondeu perguntas dos jornalistas e mostrou-se bastante surpreso com a saída do ex-dono da CBF.
    Sinceramente, não sei o que foi pior, se as perguntas ou as respostas. As perguntas dos jornalistas da SPORTV – canal pertencente às Organizações Globo, forte aliada de Ricardo Teixeira – exalavam parcialidade, questões leves sobre assuntos superficiais. As perguntas eram feitas de maneira que não tivesse espaço para polêmicas (como se Bebeto fosse capaz de gerar alguma polêmica) e as respostas foram dignas de um jogador de 18 anos recém promovido ao time profissional concedendo sua primeira entrevista na TV.
     Bebeto, na entrevista, falou que queria o melhor para o povo brasileiro, pois bem, o primeiro passo foi dado com a saída em fuga de Teixeira. Além do mais, o deputado podia começar a apontar os problemas e gastos excessivos dos estádios que estão sendo contruidos para a Copa, supervisionados pelo COL, do qual ele faz parte.
     Não é possível que um cidadão que jogou por grandes clubes, foi campeão do mundo pela seleção brasileira, já foi treinador e agora é deputado estadual, seja tão ingênuo (ou tão esperto, né?) a ponto de aparecer na TV, nitidamente emocionado pela renúncia de um golpista que mandou e desmandou na CBF por 23 anos e que agora deve estar jogando golfe no seu refúgio em Boca Raton. Eu até entendo que Ricardo Teixeira tenha sido importante na vida de Bebeto, que exista uma relação de amizade entre eles, mas daí a tratar do assunto com comoção e esquecer os acordos em benefício próprio costurados por Teixeira, é demais.
      Bebeto ganhou a primeira Copa que eu efetivamente assisti, vibrava com seus gols e, como todo o povo brasileiro, me emocionei com a famosa comemoração contra a Holanda, por muito tempo se comunicou e nos alegrou com os pés, infelizmente acabou. Bons tempos aqueles!       

Entrevista de Bebeto ao programa Arena SPORTV

         

segunda-feira, 12 de março de 2012

O FUTEBOL BRASILEIRO AGRADECE...


Imagem retirada de futebolarte.blog.br

      Finalmente Ricardo Teixeira deixou a presidência da CBF. O presidente que ditou as regras do futebol no Brasil por mais de duas décadas fugiu do comando da Instituição por meio de uma carta de despedida, tornada oficial pelo seu sucessor José Maria Marin.
      A gestão de Teixeira na CBF foi baseada na troca de favores. A rede de aliados era imensa, desde presidentes de Federações a emissoras de TV. O enriquecimento ilícito de Ricardo Teixeira ganhou cada vez mais espaço na mídia e denúncias envolvendo seu nome em recebimento de propina e superfaturamento de jogos da seleção passaram a ser noticiadas com frequência.
     A saída de Teixeira é um fato histórico para o futebol brasileiro, marca o fim do poder absoluto - não que os problemas estejam resolvidos, mas o término da “Era Ricardo Teixeira” derruba a figura do ditador, acaba com a imagem da CBF como uma propriedade privada.
     As mudanças já podem ser vistas, José Maria Marin – novo presidente – não é unânime. Alguns presidentes de Federações cobram de Marin a plataforma de trabalho para o futebol brasileiro. Vários serão os postulantes ao cargo (agora possível!) de presidente da CBF. Essa disputa pelo poder gera a descentralização, abre espaço para o novo.
     A renúncia de Teixeira nos dá esperança de que dias melhores virão. O futebol brasileiro agradece...   

sábado, 10 de março de 2012

COPA DA DESIGUALDADE


Retirada do site osprofanos.com


       A copa do Brasil começou na última quarta-feira (07/03) com 64 clubes de todos os estados da federação. A competição, que para muitos exala democracia, não passa de um retrato fiel da desigualdade latente no país.
O torneio evidencia uma enorme disparidade regional, todo o processo de exploração e descaso com o Norte/Nordeste pode ser visto dentro de campo. Enquanto os grandes lutam pela vaga na Libertadores, os nanicos – como diz PVC – esperam de pires na mão as moedas pelos 15 segundos de fama para pagar a pequena folha salarial.
Segundo relatório da Pluri Consultoria, os quatro times mais baratos da Copa do Brasil são da região Norte e os cinco subseqüentes são nordestinos, ou seja, dos dez times menos valiosos nove são do Norte/Nordeste . Dos 20 clubes mais caros da competição, 12 são do eixo Sudeste/Sul e os seis primeiros respondem por 51% do valor total. O valor de mercado do São Paulo (R$ 209,3 milhões) é 233 vezes maior que o do Real de Roraima.
O valor da classificação de um time pequeno é sempre menor do que a de um time grande. A premiação paga pela classificação nas duas primeiras fases é de 120 mil reais para a maioria dos clubes da Copa do Brasil, enquanto os grandes clubes recebem de 220 a 250 mil reais. Só a partir das oitavas de final a premiação é igual para todos. Por exemplo, no confronto entre o São Paulo (time mais valioso) e o Independente(PA) (39° mais valioso) se o time paraense for ao Morumbi e conquistar a classificação histórica receberá menos da metade do que seria pago pela classificação do time paulista. Neste mesmo exemplo, se o São Paulo vence o Independente por 2 a 0 no Pará elimina a partida de volta – até aí sem problema -, mas devido ao resultado eliminar o segundo jogo o time mandante que ficaria com 100% da renda do jogo terá de entregar 60% na mão do poderoso vencedor. Portanto, a desigualdade já existe e a política de premiação tende a aumentá-la.          
É evidente que existe um abismo entre as equipes dos grandes centros e as demais, a forma como se dirige o futebol no Brasil não dá subsídios para o envolvimento maior de times de pouca expressão. A CBF pouco se importa com a região Norte cada vez mais distante do contexto futebolístico nacional - Águia de Marabá(PA), Paysandu(PA) e Rio Branco(AC) que estão na série C, são os times mais bem seriados da região.
A Copa do Brasil por ser mata-mata em todas as fases abre espaço para as surpresas, mas com o empobrecimento dos times pequenos a Zebra corre sérios riscos de extinção.     


Relatório O Valor de Mercado dos Times da Copa do Brasil

quinta-feira, 8 de março de 2012

BOCA É BOCA


A Bombonera continua a mesma, a atmosfera é especial, a torcida grita o tempo todo, o caldeirão ferve durante 90 minutos sem parar. Ganhar do Boca Juniors em seu estádio é complicado, os grandes esquadrões da equipe argentina reforçados pelos quase 50 mil fanáticos torcedores argentinos fazem da Bombonera um dos ambientes mais hostis da América.
O time que perdeu do Fluminense mostrou a garra histórica, mas o brilho era diferente. O Boca Juniors pareceu ser um time limitado, com poucas opções ofensivas e sem qualidade na troca de passes – tão marcante em outros tempos –, os argentinos ainda se mostraram totalmente dependentes do craque Riquelme. Por falar em Riquelme, esse sim encanta, a visão de jogo e a marra continuam intactas, o controle de bola e a facilidade com que distribui o jogo são características marcantes desse jogador genuinamente Bocanero.
O Fluminense foi muito inteligente e eficiente, nas poucas vezes que chegou ao ataque levou perigo, com poucas finalizações ganhou o jogo. O Boca Juniors mesmo sem a qualidade de outrora, mostrou que dentro da Bombonera “o coco é seco”, a torcida joga junto, empurra o time até o fim do jogo, aplaude seus jogadores mesmo na derrota, o apoio é incondicional.
Só para constar, a última Libertadores conquistada pelo Boca Juniors foi a de 2007. Os argentinos não empolgaram na primeira fase, se classificaram em segundo do grupo, tendo perdido dois jogos. No mata-mata o time cresceu, derrubou um por um até chegar à final contra o Grêmio de Mano Menezes, o placar agregado dos dois jogos da final foi de incontestáveis 5 a 0 para o Boca de Riquelme e Clemente Rodriguez, campeões daquele ano. Na Libertadores 2012, o time soma apenas um ponto em dois jogos, o começo não é animador, mas não se pode subestimar uma equipe hexacampeã do maior torneio interclubes da América.    
Portanto, mesmo achando este time inferior a outros que vi, ainda é o Boca Juniors, e “Boca é Boca”.

terça-feira, 6 de março de 2012

O CHELSEA DE ABRAMOVICH


Em junho de 2003, o futebol europeu conhecia Roman Abramovich, um bilionário russo de reputação incerta que havia comprado o Chelsea por 60 milhões de libras e ainda assumiria dívidas de 80 milhões. A partir daí, o Chelsea tornou-se um dos maiores times da atualidade, porém, os gastos com transferências, demissão de treinadores e a obsessão pela Champions League passaram a ocupar posição de destaque na mídia internacional.
Na primeira temporada (2003/2004), Abramovich gastou cerca de 100 milhões de libras para contratar Damien Duff, Juan Sebastián Verón, Claude Makélélé, Adrian Mutu, e outros de menos destaque. O treinador Claudio Ranieri foi mantido no cargo, terminou a Premier League em 2° lugar – melhor posição em 49 anos -, e foi eliminado na semifinal da Champions League pelo Mônaco. No fim da temporada foi demitido por Abramovich.
            Na temporada seguinte, José Mourinho – vencedor de dois títulos nacionais, Copa da UEFA e Liga dos Campeões pelo Porto – chegava para se tornar o treinador mais vitorioso da história do time londrino. Na temporada 2004/2005 chegaram ao Chelsea os craques Arjen Robben, Didier Drogba, Petr Čech e Ricardo Carvalho em quase 166 milhões de libras usados na montagem do time. O investimento rendeu o título da Liga Inglesa e a Taça da Liga Inglesa, mas o sonho de ser campeão europeu acabou na semifinal contra o Liverpool graças ao polêmico gol de Luís Garcia.
            Em 2005/2006 o Chelsea gastou cerca de 45 milhões de libras na contratação de Michael Essien e Shaun Wright-Phillips. A fraca campanha na Liga dos Campeões é compensada com a conquista do bicampeonato inglês.
            Na terceira temporada de Mourinho a frente do Chelsea, as estrelas Michael Ballack e Andriy Shevchenko chegaram para reforçar o bom time de Londres. Os títulos da FA cup e da Carling Cup foram conquistados, mas foi novamente eliminado para o Liverpool na semifinal da Liga dos Campeões. A relação entre Mourinho e Abramovich estava desgastada e o português foi demitido no início da temporada 2007/2008.
            O israelense Avram Grant, substituto de Mourinho, entrou para a história após se tornar o primeiro treinador a levar o Chelsea a uma final de Liga dos Campeões. Alguns dias depois de perder para o Manchester United na final, o israelense foi demitido dando lugar ao brasileiro Luiz Felipe Scolari, que contratou os selecionáveis de Portugal, Deco e Bosingwa, e foi mandado embora depois de apenas oito meses no cargo. A compensação paga ao treinador brasileiro rondou a casa de 13 milhões de libras. O substituto de Felipão foi o holandês Guus Hiddink, vencedor da FA Cup e eliminado na semifinal da Liga dos Campeões pelo Barcelona, saiu dos Blues no final da temporada para dirigir a seleção russa.
            O italiano Carlo Ancelotti foi o comandante do Chelsea nas temporadas 2009/2010 e 2010/2011. Em seu primeiro ano contratou o russo Yuri Zhirkov por 16 milhões de libras, conquistou a Premier League e a FA Cup, mas foi eliminado nas oitavas de final da Champions League pela Internazionale de José Mourinho. Em 2010/2011 foram investidos 73 milhões de libras na contratação de David Luiz e Fernando Torres, porém, a temporada sem títulos selou a demissão do técnico italiano.
            Na temporada atual, Roman Abramovich gastou cerca de 13 milhões de libras para tirar o promissor André Villas-Boas do Porto, mas o jovem treinador em menos de um ano foi demitido.
Com Abramovich o Chelsea ganhou títulos e contratou grandes jogadores, mas para ganhar o tão sonhado título da Champions League talvez seja necessário dar tempo de trabalho a seus treinadores, ou então, chamar o carrancudo e vencedor José Mourinho de volta.          

segunda-feira, 5 de março de 2012

CRIA FAMA E DEITA-TE NA CAMA


“Cria fama e deita-te na cama”, esta frase dita várias vezes por minha querida mãe e que eu não entendia quando criança, ganha cada vez mais sentido quando eu vejo as páginas e programas esportivos.
Na transmissão do PFC do clássico Santos e Corinthians, a impressão que dava é a de que só Neymar e Ganso estavam em campo. A cada toque na bola, por mais improdutivo que fosse, recebiam um elogio. Em determinado lance, Neymar deu um passe de três dedos para Juan, que de primeira aplicou um calcanhar preciso para Arouca dentro da área com chances de finalizar. O passe de Neymar foi repetido e comentado várias vezes na transmissão; a grande jogada de Juan sequer foi citada. Ganso perdeu uma bola no meio de campo e logo depois a recuperou, enquanto o narrador prontamente se admirava: “que categoria!"
            Os elogios excessivos parecem ser ensaiados, o jogador contemplado – com o poder da unanimidade – não precisa fazer muita coisa para receber a rajada de gracejos. Qualquer firula já vale capa de revista. Geralmente os jornais usam tanto espaço para descrever as peripécias de alguns em campo – que quase sempre nem ocorrem –, que se esquecem de tratar do mais importante em um time de futebol: seu aspecto coletivo. Para que os “escolhidos” possam brilhar é necessário uma série de acontecimentos gerados pelos “esquecidos”. 
            A dupla santista tem muito talento. Neymar é habilidoso e velocista; Ganso é inteligente, tem precisão no passe e joga sempre de cabeça erguida. A capacidade dos dois jogadores é inquestionável, com pouca idade já tem grandes responsabilidades na seleção da CBF, são as grandes estrelas do futebol brasileiro, alcançaram a bendita fama.
            Apesar disso termino como comecei. “Cria fama e deita-te na cama”. 

sexta-feira, 2 de março de 2012

SOU TORCEDOR! ESSA É MINHA CONTRIBUIÇÃO


A moda dos clubes brasileiros agora parece ser o crowdfunding, que possibilita a indivíduos ou empresas receberem doações coletivas para financiar seus projetos.
A campanha do Palmeiras para angariar fundos - cerca de 22 milhões de reais, a serem utilizados na contratação do meia Wesley -, infelizmente, saiu do papel. Corinthians e São Paulo cogitaram fazer a “vaquinha” para trazer Cristian e Nilmar, respectivamente, mas não tocaram o projeto.
É engraçado pensar que os dirigentes que afundam o clube, pagam salários acima do que se arrecada a técnicos e jogadores, que costuram acordos tenebrosos com empresários, facilitam a ação dos cambistas, desrespeitam o Estatuto do Torcedor quase que por inteiro e outras várias sacanagens praticadas contra os adeptos da instituição, agora venham pedir doações para fazer uma coisa que é atribuição deles. E o torcedor que sofre na fila pelo caríssimo ingresso, que paga um preço absurdo pela camisa do seu time, sofre com as péssimas acomodações nos estádios com jogos em horários incoerentes (22:00 na quarta-feira), gasta uma quantia exorbitante com pay per view, tudo isso para exercer seu fanatismo da melhor maneira possível, ainda recebe mais esse peso para carregar nas costas.
Por que os dirigentes não fazem enquetes com os torcedores para saber que jogador contratar? Se demite o treinador? Se aprovam os gastos do clube? Que preço cobrar pelos ingressos? Nunca vi uma ação neste sentido.  
Sou torcedor! Essa é minha contribuição.