terça-feira, 6 de março de 2012

O CHELSEA DE ABRAMOVICH


Em junho de 2003, o futebol europeu conhecia Roman Abramovich, um bilionário russo de reputação incerta que havia comprado o Chelsea por 60 milhões de libras e ainda assumiria dívidas de 80 milhões. A partir daí, o Chelsea tornou-se um dos maiores times da atualidade, porém, os gastos com transferências, demissão de treinadores e a obsessão pela Champions League passaram a ocupar posição de destaque na mídia internacional.
Na primeira temporada (2003/2004), Abramovich gastou cerca de 100 milhões de libras para contratar Damien Duff, Juan Sebastián Verón, Claude Makélélé, Adrian Mutu, e outros de menos destaque. O treinador Claudio Ranieri foi mantido no cargo, terminou a Premier League em 2° lugar – melhor posição em 49 anos -, e foi eliminado na semifinal da Champions League pelo Mônaco. No fim da temporada foi demitido por Abramovich.
            Na temporada seguinte, José Mourinho – vencedor de dois títulos nacionais, Copa da UEFA e Liga dos Campeões pelo Porto – chegava para se tornar o treinador mais vitorioso da história do time londrino. Na temporada 2004/2005 chegaram ao Chelsea os craques Arjen Robben, Didier Drogba, Petr Čech e Ricardo Carvalho em quase 166 milhões de libras usados na montagem do time. O investimento rendeu o título da Liga Inglesa e a Taça da Liga Inglesa, mas o sonho de ser campeão europeu acabou na semifinal contra o Liverpool graças ao polêmico gol de Luís Garcia.
            Em 2005/2006 o Chelsea gastou cerca de 45 milhões de libras na contratação de Michael Essien e Shaun Wright-Phillips. A fraca campanha na Liga dos Campeões é compensada com a conquista do bicampeonato inglês.
            Na terceira temporada de Mourinho a frente do Chelsea, as estrelas Michael Ballack e Andriy Shevchenko chegaram para reforçar o bom time de Londres. Os títulos da FA cup e da Carling Cup foram conquistados, mas foi novamente eliminado para o Liverpool na semifinal da Liga dos Campeões. A relação entre Mourinho e Abramovich estava desgastada e o português foi demitido no início da temporada 2007/2008.
            O israelense Avram Grant, substituto de Mourinho, entrou para a história após se tornar o primeiro treinador a levar o Chelsea a uma final de Liga dos Campeões. Alguns dias depois de perder para o Manchester United na final, o israelense foi demitido dando lugar ao brasileiro Luiz Felipe Scolari, que contratou os selecionáveis de Portugal, Deco e Bosingwa, e foi mandado embora depois de apenas oito meses no cargo. A compensação paga ao treinador brasileiro rondou a casa de 13 milhões de libras. O substituto de Felipão foi o holandês Guus Hiddink, vencedor da FA Cup e eliminado na semifinal da Liga dos Campeões pelo Barcelona, saiu dos Blues no final da temporada para dirigir a seleção russa.
            O italiano Carlo Ancelotti foi o comandante do Chelsea nas temporadas 2009/2010 e 2010/2011. Em seu primeiro ano contratou o russo Yuri Zhirkov por 16 milhões de libras, conquistou a Premier League e a FA Cup, mas foi eliminado nas oitavas de final da Champions League pela Internazionale de José Mourinho. Em 2010/2011 foram investidos 73 milhões de libras na contratação de David Luiz e Fernando Torres, porém, a temporada sem títulos selou a demissão do técnico italiano.
            Na temporada atual, Roman Abramovich gastou cerca de 13 milhões de libras para tirar o promissor André Villas-Boas do Porto, mas o jovem treinador em menos de um ano foi demitido.
Com Abramovich o Chelsea ganhou títulos e contratou grandes jogadores, mas para ganhar o tão sonhado título da Champions League talvez seja necessário dar tempo de trabalho a seus treinadores, ou então, chamar o carrancudo e vencedor José Mourinho de volta.