Os
clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro, em sua maioria,
concentram-se na região Sudeste e Sul. Apenas três equipes do Nordeste e uma do
Centro-Oeste são os intrusos na festa do Futebol brasileiro.
Os
grandes times brasileiros estão concentrados em duas regiões, praticamente toda
a força está no eixo Sul/Sudeste; mas os jogadores de onde são? Será que a
distribuição dos atletas é igual a dos clubes? Será que os atletas das regiões
menos desenvolvidas no futebol conseguem (tem chances) jogar nos clubes de
Série A?
Pensando
nisso, fiz uma rápida pesquisa sobre o estado de nascimento dos atletas
integrantes das equipes de Série A. As informações foram coletadas no site das
equipes.
A distribuição de atletas por
região apresentou-se desta maneira:
Mais da metade dos jogadores da Série A nasceram na região Sudeste, enquanto, só 2% na região Norte |
Todas as equipes da Série A
tem pelo menos sete atletas do Sudeste brasilero, sendo o Sport de Recife o
time com menos jogadores nascidos nesta região. O Botafogo é o único que não
tem em seu elenco nenhum jogador do Sul, as demais equipes tem pelo menos um. O
Flamengo só possue jogadores nascidos no eixo Sul/Sudeste, inclusive o
rubro-negro é o único a não ter jogadores nordestinos em seu elenco. O
Centro-Oeste só não tem atletas no Corinthians, Palmeiras, São Paulo e
Flamengo, já a região Norte – a região com menor participação na Série A – só é
representada em nove equipes do Brasileirão Série A.
O Corinthians, com 24 jogadores nascidos no Sudeste, é o
time com mais atletas naturais da região. O time que mais representa o Sul do
Brasil é o Internacional, com 13 jogadores nascidos na extremidade sul do país.
O Sport, com 16 jogadores, e o Atlético Goianiense, com 9 jogadores, dão
oportunidade aos pratas da casa e representam bem as regiões Nordeste e
Centro-Oeste, respectivamente. O time que tem mais jogadores da região Norte é
a Ponte Preta com apenas 3 atletas.
Vários podem ser os fatores para a grande concentração do
futebol no eixo Sul/Sudeste, o poder econômico parece ser fundamental, o melhor
tratamento nas categorias de base (que, ainda, não é ideal) e o número maior de
oportunidades para aspirantes a jogadores pode influênciar consideravelmente. A
falta de clubes que dêem suporte para o desenvolvimento satisfatório de futuros
atletas nas regiões de menor força no futebol pode ser o principal fator para a
pouca participação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Por
fim, a desconcentração da participação no futebol brasileiro só será possível
se a gestão dos pequenos clubes abrirem os olhos para a maneira mais barata de
formar um time, que é a categoria de base. O tratamento profissional dado a
formação de talentos parece ser a luz no fim do túnel para os clubes de menor
investimento conseguirem evoluir no cenário futebolístico.
E você, o que acha?