terça-feira, 11 de setembro de 2012

JEITINHO BRASILEIRO




Imagem da internet
     No Brasil impera a política do pão e circo. O futebol é usado frequentemente como meio de alienação para o inerte povo brasileiro, que se ocupa quase que integralmente aos acontecimentos futebolescos. Nesse contexto, é impossível (e inconcebível) desvincular o futebol do comportamento social e vice-e-versa.
    Quando assisto a jogos do futebol brasileiro percebo que o esporte evidencia comportamentos nojentos que aceitamos sem nenhum tipo de juizo de valor. De certa maneira, aquilo que acontece dentro de campo nada mais é do que o reflexo de como nossa sociedade age.
      As pessoas abrandam a situação afirmando que é só um jogo. Será? Lembro-me de quando dava aulas de Futsal e meus pequenos alunos com os ânimos acirrados, por conta do jogo entre ABC e América ocorrido no final de semana, degladiavam-se na minúscula quadra resolvendo suas diferenças. As crianças agem, geralmente, de acordo com os exemplos dos mais velhos. O perigo reside justamente aí!
      Algumas condutas ocorridas dentro de um jogo de futebol são imorais e desonestas. Os brasileiros, ao contrário de outros povos, aplaudem. A conduta do jogador brasileiro está sempre voltada a ludibriar o árbitro, prefere-se cair e jogar toda a responsabilidade para o homem do apito que ouve poucas e boas, como se todos os erros dentro de um campo de futebol fossem de sua autoria.
      Até o Fair-play está às avessas. Como é que eu cobro uma boa ação aos berros e dedo na cara? Ou você me devolve gentilmente a bola ou quebro sua cara! É assim? Aliás, o jogo limpo (fair-play) cobrado pelos atores da bola em algumas ocasiões não passa de um ato hipócrita de quem dissemina o jogo sujo.
     Geralmente só se percebe o grau de filhadaputice da situação quando se é a vítima, quando o cara se joga na minha área aí o bagulho fica doido, como se diz por aí. Quando eu mergulho na grande área adversária, como se estivesse pulando sorrateiramente as ondas de Muriú, aí eu fui esperto, o juiz foi na minha, vai ter até repórter na beira do campo enaltecendo minha categoria na arte de cavar penâltis.
     É uma palhaçada!
    O pior é perceber que o que acontece nos jogos de futebol é exatamente igual ao que acontece na fila do banco, no trânsito, no trabalho, na política, em todo lugar da sociedade, um querendo tirar vantagem do outro, seja um real ou um milhão. O filme Oldboy, tem uma passagem interessante na qual é dito que "seja um grão de areia ou uma pedra, na água afundam da mesma maneira". Não é porquê é "só" um jogo de futebol que a conduta é menos reprovável, são pilantras da mesma qualidade.
     Mas fazer o que? É a malandragem do jogador brasileiro. Brasil o país da malandragem. Ensina teu filho a ser malandro, talvez ele vire político ou quem sabe só mais um praticante do jeitinho brasileiro.