sexta-feira, 30 de março de 2012
NO TREINO DO BOTAFOGO...
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quinta-feira, 29 de março de 2012
segunda-feira, 26 de março de 2012
PELÉ REINOU, OUTROS REINARAM, MESSI REINA
Foto: Manu Fernandez (retirado do site esporte.uol.com.br) |
O
reinado de Pelé no futebol, para alguns, é eterno. A simples possibilidade de
que algum atleta tire o ex-jogador do trono real causa temor para muitos. Tão
logo um jogador desponte como craque, imediatamente os saudosistas afirmam: “nunca
será igual a Pelé”.
Ora,
Messi bate um recorde a cada semana, é - disparado - o melhor jogador do mundo,
reina absoluto no futebol mundial. Veja bem, Messi reina. O argentino tem
súditos espalhados por todo o Planeta Bola, com seus gols e grandes jogadas
conquistou os territórios mais longínquos, é famoso única e exclusivamente por
disseminar a arte do jogo bonito. Apesar de tudo isso, os adeptos da verdade
absoluta e imutável desconfiam das capacidades do craque.
Falar
que Messi é rei, não é dizer que Pelé não foi. O tempo do brasileiro passou,
seus feitos estão registrados e, justamente por isso, é enaltecido até hoje. O
reinado de um jogador tem que acabar junto com sua carreira. Pelé deixou de ser
rei quando parou de jogar em 77. Do mesmo jeito que antes de Pelé existiu um
rei chamado Ferenc Puskas, depois dele existiram outros reis como Michel Platini,
Diego Maradona, Ronaldo, Lionel Messi, além de outros que encantaram o futebol
ao longo da história.
Cada
um é livre para eleger qual o maior jogador da história. Cada geração tem um
jogador que ditou o futebol da época. Não se pode tratar o assunto como um tabu
e censurar qualquer tipo de comparação que venha a ser feita. Eu não vi Pelé
jogar, vi o fim de carreira de Maradona, vi toda a carreira de Ronaldo e agora
tenho a oportunidade de ver a história sendo escrita por Messi. Não sou
obrigado a venerar exclusivamente um rei que eu nem vi atuando e que fala tanta
asneira em suas aparições públicas.
O
futebol é dinâmico, as coisas mudam e o tempo passa. Grandes craques jogaram, grandes
craques jogam e grandes craques jogarão. É assim que a bola gira.
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quinta-feira, 22 de março de 2012
A CAVADINHA DE LÉO ROCHA
Fotos: Alexandre Loureiro (retiradas do site lancenet.com.br) |
A
Copa do Brasil tem a peculiaridade de colocar frente à frente equipes que
difícilmente se encontrariam em outras competições. Grandes equipes do futebol
brasileiro se deparam com pequenos clubes de lugares fora do eixo dominante do
nosso futebol.
Com
esses componentes, as equipes marginalizadas do Brasil passam a ter espaço, ainda
que momentâneo, na mídia nacional. A exposição gera receita aos clubes, os
patrocinadores de ocasião aparecem e o estádio – em alguns casos – atinge
lotação máxima.
Para
os atletas, os jogos contra grandes clubes é a chance de aparecer para o
Brasil, o destaque nesses jogos pode ser o trampolim para um time de maior
expressão e um contrato mais vantajoso.
O
sonho de um futuro melhor faz com que os jogadores desconhecidos do grande
público, tentem aparecer ao máximo nos seus 15 segundos de fama. Aconselhados
por seus empresários ou por vontade própria, os atletas muitas vezes abusam do
individualismo e preciosismo nas jogadas e se esquecem do aspecto coletivo do
jogo, ou seja, o sucesso da equipe na competição é colocado em segundo plano.
Ontem,
no jogo entre Botafogo e Treze-PB na disputa de penâlti, o jogador Léo Rocha na
última cobrança do time paraibano – que empataria a disputa e levaria às
cobranças alternadas – tentou aparecer mais que o resto do time e, ao pior
estilo Loco Abreu, aplicou uma cavadinha ridícula, humilhantemente defendida
pelo selecionável goleiro Jéferson.
A
cobrança de penâlti com cavadinha remete à despreocupação, irresponsabilidade,
desapego, provocação e irreverência, por isso, o sucesso e o fracasso andam
abraçados neste tipo de cobrança. Cobrar o penâlti daquela maneira naquela
situação me pareceu fora de hora, a cavadinha é uma forma muito arriscada e,
naquele momento, o time paraibano não podia correr tanto risco.
-
Mas Loco Abreu até em Copa do Mundo já cobrou com cavadinha!
- É,
mas Loco Abreu é Loco Abreu.
O “Loco” do Abreu é ídolo do Botafogo, tem capacidade
inquestionável nesse tipo de cobrança e mesmo assim já foi criticado por perder
penâlti batendo com cavadinha (contra o Fluminense no Carioca 2011).
Léo Rocha conseguiu o tão sonhado destaque
nacional (ainda que de forma negativa), só não sei se conseguirá um contrato
com um grande time. Ah! Por falar em contrato, o seu com o Treze, vai ser
rescindido.
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domingo, 18 de março de 2012
AS BOLAS DAS COPAS DO MUNDO
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A DISTRIBUIÇÃO DE JOGADORES NO FUTEBOL BRASILEIRO: SÉRIE A
Os
clubes participantes da Série A do Campeonato Brasileiro, em sua maioria,
concentram-se na região Sudeste e Sul. Apenas três equipes do Nordeste e uma do
Centro-Oeste são os intrusos na festa do Futebol brasileiro.
Os
grandes times brasileiros estão concentrados em duas regiões, praticamente toda
a força está no eixo Sul/Sudeste; mas os jogadores de onde são? Será que a
distribuição dos atletas é igual a dos clubes? Será que os atletas das regiões
menos desenvolvidas no futebol conseguem (tem chances) jogar nos clubes de
Série A?
Pensando
nisso, fiz uma rápida pesquisa sobre o estado de nascimento dos atletas
integrantes das equipes de Série A. As informações foram coletadas no site das
equipes.
A distribuição de atletas por
região apresentou-se desta maneira:
Mais da metade dos jogadores da Série A nasceram na região Sudeste, enquanto, só 2% na região Norte |
Todas as equipes da Série A
tem pelo menos sete atletas do Sudeste brasilero, sendo o Sport de Recife o
time com menos jogadores nascidos nesta região. O Botafogo é o único que não
tem em seu elenco nenhum jogador do Sul, as demais equipes tem pelo menos um. O
Flamengo só possue jogadores nascidos no eixo Sul/Sudeste, inclusive o
rubro-negro é o único a não ter jogadores nordestinos em seu elenco. O
Centro-Oeste só não tem atletas no Corinthians, Palmeiras, São Paulo e
Flamengo, já a região Norte – a região com menor participação na Série A – só é
representada em nove equipes do Brasileirão Série A.
O Corinthians, com 24 jogadores nascidos no Sudeste, é o
time com mais atletas naturais da região. O time que mais representa o Sul do
Brasil é o Internacional, com 13 jogadores nascidos na extremidade sul do país.
O Sport, com 16 jogadores, e o Atlético Goianiense, com 9 jogadores, dão
oportunidade aos pratas da casa e representam bem as regiões Nordeste e
Centro-Oeste, respectivamente. O time que tem mais jogadores da região Norte é
a Ponte Preta com apenas 3 atletas.
Vários podem ser os fatores para a grande concentração do
futebol no eixo Sul/Sudeste, o poder econômico parece ser fundamental, o melhor
tratamento nas categorias de base (que, ainda, não é ideal) e o número maior de
oportunidades para aspirantes a jogadores pode influênciar consideravelmente. A
falta de clubes que dêem suporte para o desenvolvimento satisfatório de futuros
atletas nas regiões de menor força no futebol pode ser o principal fator para a
pouca participação das regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste.
Por
fim, a desconcentração da participação no futebol brasileiro só será possível
se a gestão dos pequenos clubes abrirem os olhos para a maneira mais barata de
formar um time, que é a categoria de base. O tratamento profissional dado a
formação de talentos parece ser a luz no fim do túnel para os clubes de menor
investimento conseguirem evoluir no cenário futebolístico.
E você, o que acha?
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terça-feira, 13 de março de 2012
BEBETO
Foto: Getty Images |
Foi lamentável a participação do Deputado Estadual e integrande
do Cômite Organizador Local (COL) Bebeto, no programa Arena SPORTV de ontem. O
ex-jogador respondeu perguntas dos jornalistas e mostrou-se bastante surpreso
com a saída do ex-dono da CBF.
Sinceramente, não sei o que foi pior, se as perguntas ou as
respostas. As perguntas dos jornalistas da SPORTV – canal pertencente às
Organizações Globo, forte aliada de Ricardo Teixeira – exalavam parcialidade,
questões leves sobre assuntos superficiais. As perguntas eram feitas de maneira
que não tivesse espaço para polêmicas (como se Bebeto fosse capaz de gerar
alguma polêmica) e as respostas foram dignas de um jogador de 18 anos recém
promovido ao time profissional concedendo sua primeira entrevista na TV.
Bebeto, na entrevista, falou que queria o melhor para o povo
brasileiro, pois bem, o primeiro passo foi dado com a saída em fuga de
Teixeira. Além do mais, o deputado podia começar a apontar os problemas e
gastos excessivos dos estádios que estão sendo contruidos para a Copa,
supervisionados pelo COL, do qual ele faz parte.
Não é possível que um cidadão que jogou por grandes clubes,
foi campeão do mundo pela seleção brasileira, já foi treinador e agora é
deputado estadual, seja tão ingênuo (ou tão esperto, né?) a ponto de aparecer
na TV, nitidamente emocionado pela renúncia de um golpista que mandou e
desmandou na CBF por 23 anos e que agora deve estar jogando golfe no seu
refúgio em Boca Raton. Eu até entendo que Ricardo Teixeira tenha sido
importante na vida de Bebeto, que exista uma relação de amizade entre eles, mas
daí a tratar do assunto com comoção e esquecer os acordos em benefício próprio
costurados por Teixeira, é demais.
Bebeto ganhou a primeira Copa que eu efetivamente assisti,
vibrava com seus gols e, como todo o povo brasileiro, me emocionei com a famosa
comemoração contra a Holanda, por muito tempo se comunicou e nos alegrou com os
pés, infelizmente acabou. Bons tempos aqueles!
Entrevista de Bebeto ao programa Arena SPORTV
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segunda-feira, 12 de março de 2012
O FUTEBOL BRASILEIRO AGRADECE...
Imagem retirada de futebolarte.blog.br |
Finalmente Ricardo Teixeira deixou
a presidência da CBF. O presidente que ditou as regras do futebol no Brasil por
mais de duas décadas fugiu do comando da Instituição por meio de uma carta de
despedida, tornada oficial pelo seu sucessor José Maria Marin.
A gestão de Teixeira na CBF foi
baseada na troca de favores. A rede de aliados era imensa, desde presidentes de
Federações a emissoras de TV. O enriquecimento ilícito de Ricardo Teixeira ganhou
cada vez mais espaço na mídia e denúncias envolvendo seu nome em recebimento de
propina e superfaturamento de jogos da seleção passaram a ser noticiadas com
frequência.
A saída de Teixeira é um
fato histórico para o futebol brasileiro, marca o fim do poder absoluto - não
que os problemas estejam resolvidos, mas o término da “Era Ricardo Teixeira”
derruba a figura do ditador, acaba com a imagem da CBF como uma propriedade
privada.
As mudanças já podem ser
vistas, José Maria Marin – novo presidente – não é unânime. Alguns presidentes
de Federações cobram de Marin a plataforma de trabalho para o futebol
brasileiro. Vários serão os postulantes ao cargo (agora possível!) de
presidente da CBF. Essa disputa pelo poder gera a descentralização, abre espaço para
o novo.
A renúncia de Teixeira nos
dá esperança de que dias melhores virão. O futebol brasileiro agradece...
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sábado, 10 de março de 2012
COPA DA DESIGUALDADE
Retirada do site osprofanos.com |
A copa do Brasil começou na última quarta-feira (07/03) com 64 clubes de todos os estados da federação. A competição, que para muitos exala democracia, não passa de um retrato fiel da desigualdade latente no país.
O torneio evidencia uma enorme disparidade
regional, todo o processo de exploração e descaso com o Norte/Nordeste pode ser
visto dentro de campo. Enquanto os grandes lutam pela vaga na Libertadores, os
nanicos – como diz PVC – esperam de pires na mão as moedas pelos 15 segundos de
fama para pagar a pequena folha salarial.
Segundo relatório da Pluri
Consultoria, os quatro times mais baratos da Copa do Brasil são da região Norte
e os cinco subseqüentes são nordestinos, ou seja, dos dez times menos valiosos
nove são do Norte/Nordeste . Dos 20 clubes mais caros da competição, 12 são do
eixo Sudeste/Sul e os seis primeiros respondem por 51% do valor total. O valor
de mercado do São Paulo (R$ 209,3 milhões) é 233 vezes maior que o do Real de
Roraima.
O valor da classificação de um time
pequeno é sempre menor do que a de um time grande. A premiação paga pela
classificação nas duas primeiras fases é de 120 mil reais para a maioria dos
clubes da Copa do Brasil, enquanto os grandes clubes recebem de 220 a 250 mil
reais. Só a partir das oitavas de final a premiação é igual para todos. Por
exemplo, no confronto entre o São Paulo (time mais valioso) e o Independente(PA)
(39° mais valioso) se o time paraense for ao Morumbi e conquistar a
classificação histórica receberá menos da metade do que seria pago pela
classificação do time paulista. Neste mesmo exemplo, se o São Paulo vence o
Independente por 2 a 0 no Pará elimina a partida de volta – até aí sem problema
-, mas devido ao resultado eliminar o segundo jogo o time mandante que ficaria
com 100% da renda do jogo terá de entregar 60% na mão do poderoso vencedor.
Portanto, a desigualdade já existe e a política de premiação tende a
aumentá-la.
É evidente que existe um abismo entre
as equipes dos grandes centros e as demais, a forma como se dirige o futebol no
Brasil não dá subsídios para o envolvimento maior de times de pouca expressão.
A CBF pouco se importa com a região Norte cada vez mais distante do contexto
futebolístico nacional - Águia de Marabá(PA), Paysandu(PA) e Rio Branco(AC) que
estão na série C, são os times mais bem seriados da região.
A Copa do Brasil por ser mata-mata em
todas as fases abre espaço para as surpresas, mas com o empobrecimento dos
times pequenos a Zebra corre sérios riscos de extinção.
Relatório O Valor de Mercado dos Times da Copa do Brasil
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quinta-feira, 8 de março de 2012
BOCA É BOCA
A Bombonera continua a mesma, a
atmosfera é especial, a torcida grita o tempo todo, o caldeirão ferve durante
90 minutos sem parar. Ganhar do Boca Juniors em seu estádio é complicado, os
grandes esquadrões da equipe argentina reforçados pelos quase 50 mil fanáticos torcedores
argentinos fazem da Bombonera um dos ambientes mais hostis da América.
O time que perdeu do Fluminense
mostrou a garra histórica, mas o brilho era diferente. O Boca Juniors pareceu
ser um time limitado, com poucas opções ofensivas e sem qualidade na troca de
passes – tão marcante em outros tempos –, os argentinos ainda se mostraram totalmente
dependentes do craque Riquelme. Por falar em Riquelme, esse sim encanta, a
visão de jogo e a marra continuam intactas, o controle de bola e a facilidade
com que distribui o jogo são características marcantes desse jogador
genuinamente Bocanero.
O Fluminense foi muito inteligente e eficiente,
nas poucas vezes que chegou ao ataque levou perigo, com poucas finalizações ganhou
o jogo. O Boca Juniors mesmo sem a qualidade de outrora, mostrou que dentro da
Bombonera “o coco é seco”, a torcida joga junto, empurra o time até o fim do
jogo, aplaude seus jogadores mesmo na derrota, o apoio é incondicional.
Só para constar, a última Libertadores
conquistada pelo Boca Juniors foi a de 2007. Os argentinos não empolgaram na primeira fase, se classificaram em
segundo do grupo, tendo perdido dois jogos. No mata-mata o time cresceu, derrubou um por um até
chegar à final contra o Grêmio de Mano Menezes, o placar agregado dos dois
jogos da final foi de incontestáveis 5 a 0 para o Boca de Riquelme e Clemente Rodriguez, campeões daquele ano. Na Libertadores 2012, o time soma apenas
um ponto em dois jogos, o começo não é animador, mas não se pode subestimar uma
equipe hexacampeã do maior torneio interclubes da América.
Portanto, mesmo achando este time
inferior a outros que vi, ainda é o Boca Juniors, e “Boca é Boca”.
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terça-feira, 6 de março de 2012
O CHELSEA DE ABRAMOVICH
Em
junho de 2003, o futebol europeu conhecia Roman Abramovich, um bilionário russo
de reputação incerta que havia comprado o Chelsea por 60 milhões de libras e
ainda assumiria dívidas de 80 milhões. A partir daí, o Chelsea tornou-se um dos
maiores times da atualidade, porém, os gastos com transferências, demissão de
treinadores e a obsessão pela Champions League passaram a ocupar posição de
destaque na mídia internacional.
Na primeira
temporada (2003/2004), Abramovich gastou cerca de 100 milhões de libras para
contratar Damien Duff, Juan Sebastián Verón, Claude Makélélé, Adrian Mutu, e
outros de menos destaque. O treinador Claudio Ranieri foi mantido no cargo,
terminou a Premier League em 2° lugar – melhor posição em 49 anos -, e foi
eliminado na semifinal da Champions League pelo Mônaco. No fim da temporada foi
demitido por Abramovich.
Na temporada seguinte, José Mourinho – vencedor de dois
títulos nacionais, Copa da UEFA e Liga dos Campeões pelo Porto – chegava para
se tornar o treinador mais vitorioso da história do time londrino. Na temporada
2004/2005 chegaram ao Chelsea os craques Arjen Robben, Didier Drogba, Petr Čech
e Ricardo Carvalho em quase 166 milhões de libras usados na montagem do time. O
investimento rendeu o título da Liga Inglesa e a Taça da Liga Inglesa, mas o
sonho de ser campeão europeu acabou na semifinal contra o Liverpool graças ao
polêmico gol de Luís Garcia.
Em 2005/2006 o Chelsea gastou cerca de 45 milhões de
libras na contratação de Michael Essien e Shaun Wright-Phillips. A fraca
campanha na Liga dos Campeões é compensada com a conquista do bicampeonato
inglês.
Na terceira temporada de Mourinho a frente do Chelsea, as
estrelas Michael Ballack e Andriy Shevchenko chegaram para reforçar o bom time
de Londres. Os títulos da FA cup e da Carling Cup foram conquistados, mas foi
novamente eliminado para o Liverpool na semifinal da Liga dos Campeões. A
relação entre Mourinho e Abramovich estava desgastada e o português foi
demitido no início da temporada 2007/2008.
O israelense Avram Grant, substituto de Mourinho, entrou
para a história após se tornar o primeiro treinador a levar o Chelsea a uma
final de Liga dos Campeões. Alguns dias depois de perder para o Manchester
United na final, o israelense foi demitido dando lugar ao brasileiro Luiz
Felipe Scolari, que contratou os selecionáveis de Portugal, Deco e Bosingwa, e
foi mandado embora depois de apenas oito meses no cargo. A compensação paga ao
treinador brasileiro rondou a casa de 13 milhões de libras. O substituto de
Felipão foi o holandês Guus Hiddink, vencedor da FA Cup e eliminado na
semifinal da Liga dos Campeões pelo Barcelona, saiu dos Blues no final da
temporada para dirigir a seleção russa.
O italiano Carlo Ancelotti foi o comandante do Chelsea
nas temporadas 2009/2010 e 2010/2011. Em seu primeiro ano contratou o russo Yuri
Zhirkov por 16 milhões de libras, conquistou a Premier League e a FA Cup, mas
foi eliminado nas oitavas de final da Champions League pela Internazionale de
José Mourinho. Em 2010/2011 foram investidos 73 milhões de libras na
contratação de David Luiz e Fernando Torres, porém, a temporada sem títulos
selou a demissão do técnico italiano.
Na temporada atual, Roman Abramovich gastou cerca de 13
milhões de libras para tirar o promissor André Villas-Boas do Porto, mas o
jovem treinador em menos de um ano foi demitido.
Com
Abramovich o Chelsea ganhou títulos e contratou grandes jogadores, mas para
ganhar o tão sonhado título da Champions League talvez seja necessário dar
tempo de trabalho a seus treinadores, ou então, chamar o carrancudo e vencedor
José Mourinho de volta.
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segunda-feira, 5 de março de 2012
CRIA FAMA E DEITA-TE NA CAMA
“Cria
fama e deita-te na cama”, esta frase dita várias vezes por minha querida mãe e que eu não entendia quando criança, ganha cada vez mais sentido quando eu
vejo as páginas e programas esportivos.
Na transmissão do PFC do
clássico Santos e Corinthians, a impressão que dava é a de que só Neymar e Ganso estavam em campo. A cada toque na bola, por mais
improdutivo que fosse, recebiam um elogio. Em determinado lance, Neymar deu um
passe de três dedos para Juan, que de primeira aplicou um calcanhar preciso para
Arouca dentro da área com chances de finalizar. O passe de Neymar foi repetido
e comentado várias vezes na transmissão; a grande jogada de Juan sequer foi
citada. Ganso perdeu uma bola no meio de campo e logo depois a recuperou,
enquanto o narrador prontamente se admirava: “que categoria!"
Os elogios excessivos parecem ser ensaiados, o jogador
contemplado – com o poder da unanimidade – não precisa fazer muita coisa para
receber a rajada de gracejos. Qualquer firula já vale capa de revista. Geralmente
os jornais usam tanto espaço para descrever as peripécias de alguns em campo –
que quase sempre nem ocorrem –, que se esquecem de tratar do mais importante em
um time de futebol: seu aspecto coletivo. Para que os “escolhidos” possam
brilhar é necessário uma série de acontecimentos gerados pelos “esquecidos”.
A dupla santista tem muito talento. Neymar é
habilidoso e velocista; Ganso é inteligente, tem precisão no passe e
joga sempre de cabeça erguida. A capacidade dos dois jogadores é
inquestionável, com pouca idade já tem grandes responsabilidades na seleção da
CBF, são as grandes estrelas do futebol brasileiro, alcançaram a bendita fama.
Apesar disso termino como comecei. “Cria fama
e deita-te na cama”.
sexta-feira, 2 de março de 2012
SOU TORCEDOR! ESSA É MINHA CONTRIBUIÇÃO
A
moda dos clubes brasileiros agora parece ser o crowdfunding, que possibilita a indivíduos ou empresas
receberem doações coletivas para financiar seus projetos.
A campanha do Palmeiras para angariar fundos - cerca
de 22 milhões de reais, a serem utilizados na contratação do meia Wesley -,
infelizmente, saiu do papel. Corinthians e São Paulo cogitaram fazer a “vaquinha”
para trazer Cristian e Nilmar, respectivamente, mas não tocaram o projeto.
É engraçado pensar que os dirigentes que afundam
o clube, pagam salários acima do que se arrecada a técnicos e jogadores, que costuram
acordos tenebrosos com empresários, facilitam a ação dos cambistas, desrespeitam
o Estatuto do Torcedor quase que por inteiro e outras várias sacanagens praticadas
contra os adeptos da instituição, agora venham pedir doações para fazer uma
coisa que é atribuição deles. E o torcedor que sofre na fila pelo caríssimo ingresso,
que paga um preço absurdo pela camisa do seu time, sofre com as péssimas
acomodações nos estádios com jogos em horários incoerentes (22:00 na
quarta-feira), gasta uma quantia exorbitante com pay per view, tudo isso para exercer
seu fanatismo da melhor maneira possível, ainda recebe mais esse peso para
carregar nas costas.
Por que os dirigentes não fazem enquetes com os
torcedores para saber que jogador contratar? Se demite o treinador? Se aprovam
os gastos do clube? Que preço cobrar pelos ingressos? Nunca vi uma ação neste
sentido.
Sou torcedor! Essa é minha contribuição.
quinta-feira, 1 de março de 2012
CARA DE CORINTHIANS
Comumente
o elenco do Corinthians apela para o aspecto histórico do Timão ser conhecido
pela sua raça e sofrimento. Em várias ocasiões, os atletas invocam o clichê:
“vitória com cara de Corinthians”.
Um
grupo de amigos de origem humilde que se reúne sob a luz de um lampião para
fundar um time que nascia nos braços do povo para se tornar um dos maiores do
Brasil, por si só, já daria o enredo de um filme. As conquistas, a democracia,
a invasão, o jejum de títulos – e ainda assim, o aumento da torcida –, e outras
passagens históricas justificam a devoção dos fiéis adeptos do Corinthianismo.
As vitórias conquistadas à base do suor e sangue em
grandes jogos e campeonatos, jogadores que lutavam como guerreiros em batalha
caracterizaram o Corinthians como um time de raça. A angústia por títulos, de
quase 23 anos, que acabou com o sofrido gol de Basílio no Campeonato Paulista
de 77 explicam a relação do Timão com o sofrimento.
O atual time do Corinthians é raçudo, luta até o fim,
brinda a torcida com o suor do esforço em campo, tem “cara de Corinthians”. No
entanto, ganhar do Catanduvense no sufoco em uma partida da primeira fase de um
Paulistinha morno, tendo feito uma lambança na defesa, perdendo pênalti, com
gol no final do jogo, pode até ser emocionante, mas não tem “cara de
Corinthians”. Não se pode banalizar um termo histórico tão especial para o
corinthiano, em jogos inexpressivos contra adversários que em sua maioria
deveriam ser atropelados sem deixar rastro algum. Jogar cautelosamente, mesmo contra
adversários mais fracos, e ganhar com dificuldade porque não se impôs não pode
ser considerado com “cara de Corinthians”.
Tite faz um bom trabalho, tem o time na mão, o elenco
está forte, têm bons jogadores, os atletas demonstram empenho, mas o Corinthians
tem que atacar mais seus adversários, impor o placar e matar o jogo o quanto
antes.
A vitória é o que importa, porém, envolver o adversário
com um futebol ofensivo também tem “cara de Corinthians”.
MESSI E CRISTIANO RONALDO
Há alguns anos, semana a
semana, uma disputa espetacular nos palcos europeus vem enchendo os olhos dos
amantes do futebol. Trata-se do embate entre o argentino Lionel Messi e o
português Cristiano Ronaldo, que exibem seu talento em jogos memóraveis e atuações
acima da critica.
Messi, “quase espanhol”, tem
24 anos, nasceu em Rosário na Argentina, foi para o Barcelona ainda adolescente
e já conquistou o título de melhor jogador do mundo três vezes (2009, 2010,
2011). Nascido em Funchal, o português Cristiano Ronaldo começou a carreira no
Sporting, atuou seis temporadas pelo Manchester United, onde venceu o prêmio de
melhor jogador do mundo em 2008, e na temporada 2009/2010 transferiu-se para o
Real Madrid na mais cara transação entre clubes por um jogador de futebol.
O rendimento dentro de campo
é absurdo, são privilegiados fisicamente, dificílmente desfalcam seus times. Na
temporada passada Cristiano Ronaldo e Messi marcaram 53 gols cada, na atual
temporada Messi já balançou as redes 43 vezes, e o português 37.
Ronaldo é um jogador
completo, é forte e alto, chuta e cabeceia muito bem, tem habilidade, dentre
outras características que o transformam num dos atacantes mais letais da
história do esporte bretão. Suas arrancadas pela extremidade do campo devem-se
ao seu ótimo vigor físico aliado à sua habilidade, o português consegue variar
de direção com muita facilidade o que torna a tarefa dos defensores bastante
ingrata. A trajetória parabólica que imprime a seus chutes de longa distância,
que atingem quase a velocidade de um guepardo - animal terrestre mais rápido do
mundo -, fazem com que os goleiros adversários não tenham nem tempo de reação.
Tais características fazem de Cristiano Ronaldo um dos atacantes com maior
repertório do futebol mundial.
O argentino, por sua vez,
tem como principal característica a condução de bola. Ele imprime grande
velocidade em seu deslocamento com a pelota bem próxima a seu pé esquerdo, sem
cair ao mínimo toque adversário e sem perder o controle da bola. Apesar da
grande facilidade em driblar seus oponentes, Messi é adepto do jogo coletivo,
com passes rápidos de primeira e tabelinhas hipnotizantes sempre buscando a
meta adversária. É preciso de replay para que os zagueiros consigam ver o gol. O
atacante demonstra frieza e categoria ao marcar gols, a precisão de seus arremates
é cirurgica, como se colocasse a bola com a mão... Faz parecer fácil a incrível
arte de balançar as redes. Não é à toa que Messi é considerado o melhor jogador
do mundo na atualidade, suas atuações em grandes jogos falam por si só.
Cristiano Ronaldo faz
espetáculo, é um malabarista da bola, seus dribles são quase passos de uma
dança inventada por ele mesmo. Messi faz tudo naturalmente, faz a coisa parecer
simples, não precisa de holofotes, só precisa de uma bola e um campo para
apresentar sua arte.
Não preciso escolher quem é
melhor, os dois são representantes do futebol bonito, saem da mesmice, causam
expectativa, improvisam, ambos tem vaga no meu time.
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