terça-feira, 24 de abril de 2012

BAIXA A BOLA


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            O gol de Cristiano Ronaldo no último sábado contra o Barcelona deu ao clube merengue o título virtual da Liga espanhola, além de acirrar e dar novos ingredientes a disputa com o argentino Lionel Messi pela Bola de Ouro.
            Ronaldo não é visto com bons olhos por alguns pela sua marra e arrogância, no entanto, dentro de campo ele destrói. Desde que chegou ao Real, o português vem alcançando números espetaculares que lhe renderiam fácilmente o prêmio de melhor jogador do mundo não fosse o Rei Lionel Messi.
        Na comemoração do gol, Cristiano Ronaldo fez um sinal para quem quisesse ver. O gesto pode ser interpretado de várias formas e endereçado para várias pessoas. Com as mãos. O português faz o típico sinal de “baixa a bola”, “fica quieto”. Mas para quem seria aquela provocação?
           Talvez tenha sido para os torcedores que ainda comemoravam o gol de Alexis Sanchez ou para o próprio Barcelona descer do pedestal que as suas excepcionais atuações lhe colocaram.
            Também pode ter sido para os pró-Messi, que tendem a diminuir os feitos de Cristiano Ronaldo para enaltecer as proezas do argentino. Como se a qualidade de um tivesse que ser fortalecida pela falha do outro.
            Ainda poderia ter sido endereçada pessoalmente para o craque do Barça, num claro recado de “baixa a bola que esse ano é meu”.
            O Barcelona continua sendo o melhor time do mundo por ter um estilo de jogo atrativo e próprio. Lionel Messi é o Rei do futebol atual, porém, Cristiano Ronaldo vem jogando muito e dando mostras de que ele pode (se Messi deixar!) levantar a Bola de Ouro mais uma vez.

sábado, 14 de abril de 2012

ALÔ, TORCIDA DO FLAMENGO


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A eliminação do Flamengo na Copa Libertadores da América premiou a gestão amadora que é exercida no rubro-negro carioca. Manda no Flamengo uma Presidente que se limita a usar clichês e frases apaixonadas; e uma cambada de vices que puxam a corda, cada um para seu lado.
          O time não é ruim. Porém, os salários atrasados, a demissão problemática de Luxemburgo e as constantes brigas dos cartolas pelo poder refletiram-se no campo. Somam-se a isso as regalias e excessos de Ronaldinho, que recebe um milhão de reais para faltar treinos e dançar para as câmeras nas comemorações.
            A torcida também tem uma parcela de culpa na bagunça que é o Fla. A torcida do Flamengo resume-se a cobrar desempenho dos atletas e técnico, pouco se importando com a conduta de seus dirigentes.
        Talvez os rubro-negros sejam os torcedores mais alienados do país. Todos os problemas políticos que o clube enfrenta são esquecidos diante da conquista da Taça Guanabara,Taça Rio, Carioquinha (que são a mesma coisa) e a supremacia nos clássicos estaduais. Muito pouco para um time que foi campeão Mundial jogando bonito.  
Os flamenguistas acham que ter a maior torcida e aparecer toda rodada na Globo, já basta. Os dirigentes – espertos que são – se aproveitam disso para praticar os maiores absurdos nos bastidores e depois jogarem promessas na mídia como: “o Imperador é do Mengão!” O pior disso tudo é que os torcedores embarcam na onda dos cartolas e acham que o único problema do clube são os gols que Deivid perde.
Enfim, o Flamengo agora pode se concentrar no que é mais importante no 1° semestre no rio: disputar três títulos que somados não valem nem um, aperecer dançando funk e fazendo trancinhas no Globo Esporte e ver a torcida aplaudindo isso como se tudo estivesse bem.

domingo, 1 de abril de 2012

O FUTEBOL DOS BAD BOYS


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O ano era 1999, o Liverpool jogava contra o Everton pela Premier League. Acusado de usar cocaína, Robbie Fowler ajeita a bola na marca para cobrar o penâlti. O inglês parte para a cobrança. Bola de um lado, goleiro do outro. A torcida vibra, mas o melhor ainda iria acontecer. Fowler corre em direção à linha de fundo e a cheira como se fosse uma carreira de pó, foi marcante. Naquele momento, Robbie Fowler extrapolava o que sentia, protestava contra as insinuações e ironizava o fato.
Essas histórias estão cada vez mais escassas no futebol. Aquele jogador que tirava sarro com os adversários, questionava diretores e repórteres, não levava desaforo para casa, comemorava de maneira provocativa é peça de museu. Este tipo de jogador – por muitos, chamado de bad boy – tinha como características principais a personalidade forte, a excelente capacidade técnica e a facilidade em se tornar ídolo, o que o elevava ao status de lenda.
  Pensar em jogadores como Cantona, Gascoigne, Renato Gaúcho, George Best, Maradona, Djalminha, Romário, Edmundo, Serginho Chulapa, Vampeta e Viola, me faz constatar que um dos únicos representantes dos bad boys na atualidade parece ser o polêmico Balotelli.
Os jogadores que citei eram os “donos da voz”, tudo que falavam fazia parte de suas próprias opiniões, eles eram atores e autores de suas atitudes. Os jogadores da atualidade tem a “voz do dono”, parecem ser meros atores que decoram um texto politicamente correto para manterem-se, covenientemente, em cima do muro.
A atuação dos assessores de imprensa e a elevada preocupação com a imagem fez com que a autenticidade dos atletas fosse reprimida. Cada vez mais padronizados, os boleiros tem o mesmo estilo de cabelo, as mesmas coreografias nas comemorações, a mesma falta de compromisso, a mesma preguiça de pensar e dizer ou fazer algo realmente útil.
Os bad boys de ontem transgrediam as regras, mas representavam o torcedor dentro de campo e incorporavam o espírito de suas equipes, por isso, tornaram-se ídolos e são lembrados até hoje.
Os jogadores atuais – que por vezes, são chamados de bad boys – não tem o ponto marcante dos bad boys de outrora, que é a autenticidade. São desregrados fora de campo, porém, quando abrem a boca não dizem nada e, em sua maioria, estão preocupados apenas com o salário e o status que a vida de jogador proporciona.
Infelizmente, essas figuras do futebol perderam espaço.
Felizmente, existe youtube para relembrá-los.