quinta-feira, 1 de março de 2012

CARA DE CORINTHIANS


Comumente o elenco do Corinthians apela para o aspecto histórico do Timão ser conhecido pela sua raça e sofrimento. Em várias ocasiões, os atletas invocam o clichê: “vitória com cara de Corinthians”.
Um grupo de amigos de origem humilde que se reúne sob a luz de um lampião para fundar um time que nascia nos braços do povo para se tornar um dos maiores do Brasil, por si só, já daria o enredo de um filme. As conquistas, a democracia, a invasão, o jejum de títulos – e ainda assim, o aumento da torcida –, e outras passagens históricas justificam a devoção dos fiéis adeptos do Corinthianismo.
            As vitórias conquistadas à base do suor e sangue em grandes jogos e campeonatos, jogadores que lutavam como guerreiros em batalha caracterizaram o Corinthians como um time de raça. A angústia por títulos, de quase 23 anos, que acabou com o sofrido gol de Basílio no Campeonato Paulista de 77 explicam a relação do Timão com o sofrimento.
            O atual time do Corinthians é raçudo, luta até o fim, brinda a torcida com o suor do esforço em campo, tem “cara de Corinthians”. No entanto, ganhar do Catanduvense no sufoco em uma partida da primeira fase de um Paulistinha morno, tendo feito uma lambança na defesa, perdendo pênalti, com gol no final do jogo, pode até ser emocionante, mas não tem “cara de Corinthians”. Não se pode banalizar um termo histórico tão especial para o corinthiano, em jogos inexpressivos contra adversários que em sua maioria deveriam ser atropelados sem deixar rastro algum. Jogar cautelosamente, mesmo contra adversários mais fracos, e ganhar com dificuldade porque não se impôs não pode ser considerado com “cara de Corinthians”.
            Tite faz um bom trabalho, tem o time na mão, o elenco está forte, têm bons jogadores, os atletas demonstram empenho, mas o Corinthians tem que atacar mais seus adversários, impor o placar e matar o jogo o quanto antes.
            A vitória é o que importa, porém, envolver o adversário com um futebol ofensivo também tem “cara de Corinthians”.