segunda-feira, 25 de março de 2013

NEYMAR



Uma coisa que eu gostei nesses dois jogos da seleção do Zé da Medalha foi o posicionamento de Neymar. Não que o brasileiro tenha feito boas apresentações. Longe disso. Mas a tentativa de Felipão de fazer com que ele jogue mais centralizado mostrou a necessidade de evolução do santista.
Desde seu aparecimento no futebol profissional que o nome de Neymar é gritado nos quatro cantos do país como futuro melhor do mundo. Daí em diante pouco se fez para que o talento do dançarino de “tchutchatcha” fosse lapidado.
Todos os treinadores que passaram pela carreira profissional de Neymar se limitaram a dar liberdade ao atacante para que ele partisse para cima dos adversários. A estratégia deu certo, nesse tempo, Neymar se tornou o maior jogador brasileiro da atualidade. Porém, demonstra total inoperância fora da sua zona de conforto.
Neymar mantém vários vícios do seu início de carreira. Cai ao mínimo toque, é incapaz de fazer a recomposição defensiva, abusa da individualidade e perde bolas em demasia na zona de transição, mas tudo isso é encoberto pela sua capacidade extraordinária de enfileirar oponentes.
É comum no Brasil que se trate um talento em potencial como talento já consolidado. Neymar é um jogador de fama consolidada, porém, tem potencial para jogar muito mais do que joga. É preciso que algum treinador promova sua evolução de promessa de craque mundial à craque mundial.
Não acho que Felipão seja esse treinador, talvez seja preciso que ele jogue na Europa para que suas capacidades tática, técnica e comportamental sejam amadurecidas. Mas acho que a mudança de função, proporcionada pelo técnico da seleção, é um bom começo. Tirar o atacante da sua zona de conforto trará dificuldades que só serão ultrapassadas se ele evoluir, se tornar mais versátil, completo.
Se Neymar não amadurecer seu futebol, será mais uma grande promessa brasileira que poderia ter sido “o melhor jogador do mundo”.