Uma
coisa que eu gostei nesses dois jogos da seleção do Zé da Medalha foi o
posicionamento de Neymar. Não que o brasileiro tenha feito boas apresentações. Longe disso. Mas a tentativa de Felipão de fazer com que ele jogue mais
centralizado mostrou a necessidade de evolução do santista.
Desde
seu aparecimento no futebol profissional que o nome de Neymar é gritado nos
quatro cantos do país como futuro melhor do mundo. Daí em diante pouco se fez
para que o talento do dançarino de “tchutchatcha” fosse lapidado.
Todos
os treinadores que passaram pela carreira profissional de Neymar se limitaram a
dar liberdade ao atacante para que ele partisse para cima dos adversários. A estratégia
deu certo, nesse tempo, Neymar se tornou o maior jogador brasileiro da
atualidade. Porém, demonstra total inoperância fora da sua zona de conforto.
Neymar
mantém vários vícios do seu início de carreira. Cai ao mínimo toque, é incapaz
de fazer a recomposição defensiva, abusa da individualidade e perde bolas em
demasia na zona de transição, mas tudo isso é encoberto pela sua capacidade
extraordinária de enfileirar oponentes.
É
comum no Brasil que se trate um talento em potencial como talento já consolidado.
Neymar é um jogador de fama consolidada, porém, tem potencial para jogar muito
mais do que joga. É preciso que algum treinador promova sua evolução de
promessa de craque mundial à craque mundial.
Não
acho que Felipão seja esse treinador, talvez seja preciso que ele jogue na
Europa para que suas capacidades tática, técnica e comportamental sejam
amadurecidas. Mas acho que a mudança de função, proporcionada pelo técnico da
seleção, é um bom começo. Tirar o atacante da sua zona de conforto trará
dificuldades que só serão ultrapassadas se ele evoluir, se tornar mais
versátil, completo.
Se
Neymar não amadurecer seu futebol, será mais uma grande promessa brasileira que
poderia ter sido “o melhor jogador do mundo”.