terça-feira, 26 de março de 2013

PAU QUE BATE EM CHICO, BATE EM FRANCISCO


         Ontem no programa Linha de Passe na ESPN Brasil, o jornalista Juca Kfouri emitiu sua opinião sobre a polêmica expulsão de Seedorf contra o Madureira pelo Carioquinha. Concordei com boa parte do seu comentário, exceto quando o renomado jornalista disse que pela carreira vitoriosa e pelo comportamento excepcional o holandês deveria gozar de privilégios perante a arbitragem.
Um jogador como Seedorf já é bastante prestigiado por toda a fama e sucesso que conquistou e, ainda, pelo alto salário que recebe. Como disse Luxemburgo, “a regalia de um jogador de futebol é o salário”. Logicamente essa afirmação não cabe a todos os jogadores, já que apenas um pequeno percentual da classe recebe salários exorbitantes. Mas que é verdade é!
            A regra deve ser aplicada da mesma forma, seja um desconhecido seja um veterano de reputação mundial. Além do mais, conceder ao árbitro a discricionariedade de avaliar privilégios, aumentaria consideravelmente o buraco da falta de critério em que os árbitros se encontram.
             A incumbência do árbitro é aplicar a regra e conduzir o jogo da maneira mais discreta possível. Um atleta não pode ser prestigiado dentro de campo pela sua biografia ou desprestigiado pela falta dela. Seria um ingrediente a mais no bolo de absurdos que consumimos diariamente.
Logo nós, brasileiros, que somos achincalhados pelos privilégios disfarçados de prerrogativas que gozam os parlamentares eleitos pelo voto obrigatório nessa democratura, vamos legitimar o absurdo de que a regra seja mais amena para àqueles que são celebridades?
            Como se diz por aqui: “pau que bate em Chico, bate em Francisco”.
       Já que esse ditado popular já não faz sentido em quase nenhum lugar da nossa sociedade (inclusive na gestão do futebol), vamos torcer para que ao menos dentro de campo faça.